No comércio exterior, o embarque marítimo é um dos principais modais utilizados. Por isso este artigo traz um guia completo sobre os navios que realizam este tipo de transporte.
Afinal, quanto mais se conhece sobre um assunto, mais ferramentas se tem para utilizá-lo de forma eficiente no dia a dia.
Por que optar pelo modal marítimo no comércio exterior?
A opção do modal marítimo no comércio exterior está ligada a duas questões básicas: o preço e a capacidade de transporte de carga.
O preço mais reduzido no transporte marítimo de cargas se dá em razão do lead time maior em relação aos outros modos de transporte. Dependendo da origem e do destino, pode levar entre 20 a 40 dias o seu tempo de trânsito. Por vezes, até um tempo superior.
Além disso, em um embarque marítimo há uma maior capacidade de carregamento de cargas, diluindo desta forma o custo do transporte.
Esse fato, inclusive, tem influência direta no planejamento logístico de uma carga. Por isso, havendo a possibilidade de aguardar esse tempo de transporte um pouco mais estendido, é possível conciliar em um único embarque uma quantidade maior de produto, otimizando a logística e reduzindo custos operacionais.
No entanto, é importante ressaltar os casos em que o transporte marítimo de uma carga não é uma opção. Dependendo das características físicas ou do tamanho e peso do material a ser transportado, esse carregamento somente pode ocorrer neste modal. Um exemplo é o transporte de materiais considerados perigosos.
Como funcionam os embarques marítimos internacionais?
De forma simplificada, o embarcador contrata uma empresa para realizar o transporte da carga. Optando pelo embarque marítimo, há a necessidade de entrar em contato com um dos intervenientes que realizam este tipo de transporte.
Porém, há algumas variáveis que devem ser levadas em consideração nesta contratação. Para se tirar o máximo de benefício que este modal pode apresentar, é preciso conhecer as empresas que podem oferecer este tipo de serviço. Dentre elas estão os armadores, NVOCCs e os agentes de carga.
Em suma, pode-se dizer que os armadores são os reais e efetivos donos dos navios.
Já os NVOCC, ou Non-Vessel Operating Common Carrier, são transportadores marítimos que também agenciam os embarques, mas não são donos dos navios. Para realizar suas operações eles “compram” espaço nos navios dos armadores e revendem aos seus clientes. Operam geralmente com clientes que possuem um volume menor de carga. Neste caso, os NVOCCs emitem o próprio conhecimento de embarque (BL) aos clientes.
Os agentes de carga, por sua vez, podem operar tanto com os armadores quanto com os NVOCCs. O uso deste tipo de intermediário muitas vezes facilita os processos dos importadores já que eles possuem grandes volumes de cargas e tornam mais fácil a negociação e a comunicação com os demais envolvidos.
Além dos intervenientes mencionados, em um embarque marítimo é preciso saber como funcionam os armazéns, ou seja, os locais onde as cargas ficam armazenadas enquanto aguardam o transporte e a liberação aduaneira.
Entenda a importância do BL
O conhecimento de embarque no transporte marítimo, conhecido como BL (Bill of Lading), é um dos principais documentos. Sem a apresentação dele, a liberação da carga não pode ser concluída.
Isso ocorre pois o BL estabelece a transferência da propriedade do material. Nele constam os dados do exportador, do importador, do transportador e da carga.
Esse documento também informa se há ou não necessidade de acondicionamento diferenciado da carga durante o transporte e armazenamento, como no caso de mercadorias perigosas.
Além disso, é preciso salientar que a apresentação do documento original e sem rasuras é obrigatória.
Tipos de navios
Para que o embarque marítimo de uma carga ocorra corretamente, além dos agentes envolvidos e da documentação necessária é importante conhecer os diversos tipos de navios que podem operar neste modal.
Os tipos mais comuns são: navios de carga geral, porta contêiner, navio graneleiro, petroleiro e tanque. Em seguida, você vai conhecer melhor cada um desses tipos de navio.
Navio de Carga Geral
O navio de carga geral (break bulk) tem a capacidade de transportar os mais diversos tipos de carga, geralmente menores, exceto as cargas a granel que não embarcam neste tipo de navio.
Em um navio de carga geral é necessário o uso de guindaste para carregar e descarregar mercadorias.
Navio Porta Contêiner
Já o navio porta contêiner serve para acondicionar o maior número de contêineres possível, sempre considerando a capacidade limite do navio.
Este tipo de embarcação possui rotas regulares de transporte e a grande maioria opera sem guindaste próprio.
Navio Graneleiro
Navios graneleiros são utilizados no transporte de cargas soltas, que não são embaladas ou unitizadas, como minerais, carvão e grãos.
Possuem convés com formato retangular, o que facilita o trânsito.
Navio Petroleiro
Navios petroleiros tem a função de transportar petróleo bruto e seus derivados.
Devido às características das cargas que transportam possui casco reforçado a fim de evitar acidentes no embarque marítimo.
Navio Tanque
Já no caso dos navios tanques, sua estrutura destina-se ao transporte de líquidos a granel, desde a produtos químicos como o metanol até cargas mais sensíveis que exigem um alto padrão de limpeza dos tanques, como é o caso dos óleos vegetais.
Possuem tanques arredondados que ficam localizados acima do convés principal.
Alguns desses tanques tem a capacidade de expandir ou contrair, facilitando assim o transporte de cargas voláteis.
Navio Roll-on/Roll-off (RO-RO)
Por fim, há ainda os navios chamados de Roll-on/Roll-off (RO-RO), cuja especialidade é o transporte de veículos.
Este tipo de embarcação possui uma estrutura que permite o transporte de cargas que possam ser embarcadas sobre suas próprias rodas, como é o caso dos veículos.
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O embarque marítimo de cargas é uma excelente opção para os importadores, pois une um preço mais reduzido a uma maior capacidade de carga a ser transportada.
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